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SAÚDE MENTAL & EMOCIONAL

Depressão não é frescura ou falta de fé: veja mitos sobre a doença 

Depressão não é fraqueza, tristeza passageira ou frescura; a ciência mostra desequilíbrios químicos, inflamação, genética e muito mais

Dr. Luiz Dieckmann

Dr. Luiz Dieckmann

5min • 16 de set. de 2025

Paciente com depressão é atendida em sessão de psicoterapia

Você já ouviu algo como “depressão é frescura” ou “é só ter força de vontade”? Frases assim não apenas machucam, como também não têm qualquer fundamento científico. A neurociência desmonta esses preconceitos e mostra que a depressão é uma condição real, com alterações cerebrais e biológicas bem documentadas.

Depressão não é tristeza passageira, não é preguiça e definitivamente não é frescura”, afirma o psiquiatra Luiz Dieckmann.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a depressão como a principal causa de incapacidade no mundo, afetando quase 300 milhões de pessoas. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 15,5% da população terá depressão ao longo da vida.

Por que os mitos sobre depressão fazem tanto mal

Quando alguém diz que a depressão é “frescura” ou “falta de Deus”, ignora todos os mecanismos biológicos envolvidos e desvaloriza o sofrimento de quem passa por isso. Esse preconceito aumenta o isolamento, dificulta a busca por ajuda e atrasa o tratamento — o que pode agravar os sintomas.

O psiquiatra Luiz Dieckmann faz uma comparação: “Você não diria para uma pessoa com asma: ‘nossa, tem tanto ar para você respirar e você está aí com falta de ar’, certo?”.

Na depressão, há desequilíbrio em diversos neurotransmissores, como serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato. “Os estudos mostram que pessoas com depressão têm inflamação crônica de baixo grau no cérebro, alteração no sistema imunológico e até mudanças na expressão genética”, detalha o médico especialista.

Por que quebrar o preconceito sobre depressão é essencial

O preconceito faz com que muitos não procurem tratamento, o que pode agravar o quadro. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) considera a psicofobia um crime. “Temos que quebrar esse preconceito”, alerta Dieckmann.

Quanto antes a depressão é diagnosticada e tratada, melhores os resultados: menos sofrimento, menor risco de agravamento e recuperação mais rápida. A empatia, a informação correta e o acolhimento são fundamentais desde o início.

Veja também: Depressão adolescente: sinais e como ajudar com empatia

Perguntas frequentes sobre depressão

1. A depressão é só tristeza?

Não. A tristeza pode ser um dos sintomas, mas a depressão envolve alterações bioquímicas, genéticas, imunológicas e ainda influencia o sono, o apetite e o funcionamento no dia a dia.

2. Depressão é preguiça ou falta de força de vontade?

Não. Esses mitos não têm base científica. A depressão é uma condição médica real, com causas neurobiológicas e fatores de risco complexos.

3. Quantas pessoas no Brasil têm depressão?

Segundo o Ministério da Saúde, 15,5% dos brasileiros terão depressão ao longo da vida. Isso é um número bem alto, considerando o volume da população brasileira.

4. Por que só algumas pessoas com depressão recebem diagnóstico?

Por causa de barreiras como estigma, falta de informação, dificuldade de reconhecer sintomas, acesso limitado a serviços de saúde e desigualdades regionais.

5. Se a depressão tem componentes biológicos, significa que não há tratamento?

Pelo contrário. Entender os aspectos biológicos orienta o tratamento adequado, que pode incluir medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida. A genética mostra caminhos, mas não define o destino.

6. Vale a pena procurar ajuda médica mesmo que os sintomas pareçam leves?

Sim. Buscar apoio desde o início ajuda a evitar agravamentos e facilita encontrar o tratamento certo.

7. Como posso ajudar alguém que está sofrendo?

Sem julgamentos: ouça, demonstre compreensão, incentive a busca por ajuda profissional e evite reforçar mitos como “isso é frescura” ou “é só ter força de vontade”.

Leia também: Tratamento da depressão em 2025: o que tem de novo

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Escrito por Dr. Luiz Dieckmann

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