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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Dengue hemorrágica: quando os sintomas indicam alerta máximo 

Fique bem atento entre o terceiro e o sétimo dia a partir do início dos sintomas, pois justamente é o período em que a doença pode evoluir para dengue grave

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 26 de out. de 2025

Mosquito da dengue pousa em braço de pessoa já com dengue hemorrágica

A dengue hemorrágica costuma surgir depois que a febre já foi embora; fique atento aos sinais e busque atendimento médico com urgência

Com a chegada de mais um período de aumento dos casos de dengue, cresce também a preocupação com a forma mais perigosa da doença: a dengue hemorrágica, também chamada de dengue grave. Embora a maioria das pessoas infectadas apresente sintomas leves e se recupere em poucos dias, uma parte dos pacientes pode evoluir para esse quadro, que traz complicações sérias e exige atendimento médico imediato.

Segundo o Ministério da Saúde, quase todas as mortes por dengue poderiam ser evitadas com diagnóstico e tratamento rápidos. O problema é que a dengue hemorrágica pode apresentar sintomas enganosos — muitas vezes o paciente acredita que melhorou, mas a doença retorna com força logo depois. Reconhecer os sinais de alerta e buscar ajuda o quanto antes é fundamental para evitar o agravamento.

Quando acontece a dengue hemorrágica

A fase crítica da dengue costuma ocorrer entre o terceiro e o sétimo dia após o início dos primeiros sintomas. É justamente nesse momento — quando a febre começa a ceder — que podem aparecer os sinais de alerta, indicando que o organismo está reagindo de forma mais intensa ao vírus.

Esses sinais acontecem quando o sangue começa a extravasar dos vasos para os tecidos (extravasamento de plasma) ou quando surgem pequenos sangramentos internos. É nessa etapa que a doença se torna perigosa e pode evoluir para choque, falência de órgãos ou hemorragias graves, exigindo atendimento médico de urgência.

Importante: o desaparecimento da febre não significa melhora. O paciente deve continuar em observação até a recuperação completa.

O que caracteriza a dengue hemorrágica

A dengue hemorrágica ocorre quando o corpo perde o equilíbrio na resposta inflamatória. O Ministério da Saúde descreve três principais características:

  • Perda de plasma — o sangue perde líquido para os tecidos, o que causa inchaço ou acúmulo de fluido na barriga e nos pulmões;
  • Sangramentos importantes — o corpo não consegue conter hemorragias internas ou externas;
  • Comprometimento de órgãos — o vírus pode afetar fígado, rins, coração e outros sistemas vitais.

Quem tem mais risco de complicações

Qualquer pessoa pode desenvolver a forma grave da dengue, mas alguns grupos exigem atenção redobrada:

  • Gestantes;
  • Crianças pequenas e idosos;
  • Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, asma ou anemia;
  • Quem já teve dengue anteriormente, causada por outro sorotipo do vírus, também tem mais risco de complicações.

Principais sinais de alerta da dengue hemorrágica

Os seguintes sintomas exigem atenção e devem motivar procura imediata por atendimento médico:

  • Dor abdominal forte e contínua ou dor ao tocar o abdômen;
  • Vômitos persistentes ou com sangue;
  • Inchaço abdominal ou acúmulo de líquido no tórax;
  • Sangramentos no nariz, gengivas ou fezes;
  • Irritabilidade, sonolência excessiva ou confusão mental;
  • Tontura, desmaio ou queda de pressão;
  • Exames laboratoriais com plaquetas muito baixas ou hematócrito elevado, indicando risco de choque.

O que fazer se esses sintomas aparecerem

Ao perceber qualquer um desses sinais, procure imediatamente uma unidade de saúde ou pronto-socorro. Não espere para ver se melhora — a evolução pode ser rápida e grave.

Na fase hemorrágica, o tratamento é feito com internação hospitalar, hidratação venosa e monitoramento contínuo dos sinais vitais. Em casos mais sérios, o paciente pode precisar de suporte para os órgãos e cuidados intensivos.

Veja mais: Dengue no Brasil: por que a doença volta todo ano?

A importância da prevenção e do diagnóstico precoce

Evitar a dengue hemorrágica começa antes do agravamento: é preciso impedir a transmissão do vírus. O combate ao mosquito Aedes aegypti continua sendo a principal forma de prevenção, mas há outras estratégias importantes.

  • Vacinação: já disponível em parte da rede pública, reduz as formas graves da doença;
  • Manter boa hidratação e repouso durante o quadro febril;
  • Evitar automedicação, especialmente com anti-inflamatórios e aspirina, que aumentam o risco de sangramento;
  • Buscar atendimento médico ao primeiro sinal de febre, dor intensa ou mal-estar persistente.

O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz e para evitar complicações graves.

Confira: Dengue: o que você precisa saber para se proteger

Perguntas frequentes sobre dengue hemorrágica

1. Toda dengue pode virar dengue hemorrágica?

Não. A maioria das pessoas tem a forma leve e se recupera com repouso e hidratação. No entanto, alguns casos evoluem para formas mais graves, principalmente quando há sinais de alerta. Por isso, é fundamental observar os sintomas e procurar atendimento se houver piora.

2. Em que momento a dengue pode se agravar?

Entre o terceiro e o sétimo dia da doença, quando a febre começa a desaparecer. É nessa fase que o corpo pode reagir de forma mais intensa, com dor abdominal, vômitos, tontura ou sangramentos.

3. O que eu não devo fazer se desconfiar de dengue hemorrágica?

Evite tomar medicamentos por conta própria, especialmente anti-inflamatórios e aspirina, pois aumentam o risco de sangramento. O ideal é procurar atendimento médico o quanto antes.

4. Como diferenciar dengue hemorrágica de outras viroses fortes?

A presença de sinais de alerta é o principal diferencial: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos, tontura e fraqueza. Em caso de dúvida, busque avaliação médica e realize exames laboratoriais.

5. Existe um remédio específico para dengue hemorrágica?

Ainda não. O tratamento é de suporte, baseado em hidratação e acompanhamento clínico para evitar complicações. O que realmente salva vidas é o atendimento rápido e o reconhecimento precoce dos sintomas graves.

Leia também: Calendário de vacinas para adultos: quais doses você não pode esquecer

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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