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Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

Cansaço, queda de cabelo e baixa imunidade podem indicar falta de nutrientes essenciais; veja como é feito o diagnóstico

Dra. Flávia Pfeilsticker

Dra. Flávia Pfeilsticker

5min • 1 de out. de 2025

Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

Ter uma alimentação aparentemente saudável não é garantia de que o corpo esteja recebendo todos os nutrientes. As deficiências nutricionais em adultos são cada vez mais comuns, muitas vezes passando despercebidas até causarem sintomas.

“Elas são mais frequentes do que se imagina, mesmo em adultos que acreditam ter uma alimentação equilibrada”, explica a médica nutróloga Flávia Pfeilsticker.

Nesta reportagem, você vai entender quais são as mais comuns, os principais sintomas de deficiência nutricional, exames que ajudam a diagnosticar, os riscos à saúde e as estratégias para prevenir e corrigir esses desequilíbrios.

Deficiências nutricionais em adultos: quais as mais comuns?

Segundo a médica, as deficiências nutricionais em adultos mais frequentes incluem falta de ferro, vitamina D, vitamina B12, ácido fólico, cálcio, magnésio e zinco. “Cada uma dessas carências pode comprometer tanto a saúde física quanto o bem-estar mental”, enfatiza.

Entenda os riscos relacionados às deficiências nutricionais de acordo com cada nutriente:

  • Ferro: principal causa de anemia no mundo, manifestada por cansaço, queda de cabelo e dificuldade de concentração
  • Vitamina D: muito prevalente em regiões urbanas pela baixa exposição solar, pode fragilizar ossos e músculos e aumentar a suscetibilidade a infecções
  • Vitamina B12 e ácido fólico: compromete a produção de glóbulos vermelhos e afeta o sistema nervoso
  • Cálcio: sua carência está ligada à osteoporose e câimbras
  • Magnésio: pode causar palpitações e distúrbios do sono
  • Zinco: baixa imunidade e dificuldade de cicatrização

Segundo Flávia, não essas não são deficiências raras, mas sim desequilíbrios cada vez mais diagnosticados em consultórios — e a culpa muitas vezes está na alimentação, que não atende todas as necessidades nutricionais.

Como a alimentação contribui para deficiências nutricionais em adultos?

Um dos fatores centrais é o padrão alimentar da vida contemporânea. Dietas baseadas em alimentos ultraprocessados, ricos em calorias, açúcar, sal e gordura, e pobres em nutrientes, substituem alimentos naturais, como frutas, legumes, sementes e proteínas de qualidade.

“Além da alimentação, outros fatores de risco incluem baixa exposição ao sol, uso prolongado de medicamentos (omeprazol, anticoncepcionais, metformina) e dietas restritivas sem acompanhamento (como vegetarianismo ou veganismo mal planejados)”, detalha a nutróloga.

Porém, na maioria dos casos, o problema é mesmo a alimentação. Mesmo quem acha que se alimenta bem pode, muitas vezes, estar comendo alimentos com pouca densidade nutricional (aqueles naturais e ricos em nutrientes), e/ou exagerando no consumo de alimentos prontos para consumo, industrializados pobres em nutrientes.

Sintomas de deficiência nutricional em adultos

Embora muitas vezes sutis, o corpo costuma dar sinais de deficiências nutricionais. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Cansaço persistente e queda de energia
  • Queda de cabelo e unhas fracas
  • Infecções frequentes ou baixa imunidade
  • Alterações de humor, irritabilidade ou lapsos de memória
  • Câimbras, dor muscular ou palpitações

Nesses casos, o ideal é buscar orientação médica. “Esses sintomas de deficiência nutricional reforçam a importância de manter hábitos saudáveis e fazer check-ups regulares”, enfatiza a médica.

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Exames que detectam deficiências nutricionais

O diagnóstico precoce é a chave para evitar complicações. A identificação das deficiências pode ser feita com exames laboratoriais simples, como:

  • Hemograma completo: avalia anemia e alterações nos glóbulos vermelhos
  • Ferritina sérica: mostra os estoques de ferro
  • Dosagem de vitamina D: fundamental para avaliar risco de osteoporose e imunidade
  • Vitamina B12 e ácido fólico: investigam saúde do sistema nervoso e hematológico
  • Exames de cálcio, magnésio e zinco séricos: checam níveis minerais

Para a médica, esses exames devem fazer parte de check-ups regulares, principalmente em grupos de risco, como mulheres em idade fértil (mais vulneráveis à deficiência de ferro), idosos e pessoas em dietas restritivas. “Eles ajudam a detectar precocemente essas deficiências, evitando complicações maiores”.

Alimentação e suplementação: como corrigir as deficiências

A forma de reposição depende da gravidade do déficit. Em muitos casos de deficiências nutricionais em adultos, pequenas mudanças na dieta já resolvem o problema:

  • Vegetais verde-escuros (espinafre, couve, brócolis) para ferro e ácido fólico
  • Peixes e ovos para vitamina D e B12
  • Leite e derivados para cálcio
  • Sementes, castanhas e oleaginosas para magnésio e zinco

“Porém, em quadros mais acentuados, é necessária suplementação oral ou até mesmo injetável, para restabelecer rapidamente os níveis adequados”, explica Flávia.

O ponto central é não se automedicar. A suplementação deve ser orientada por médico ou nutricionista, já que o excesso também pode causar problemas, como cálculos renais pelo uso exagerado de cálcio ou toxicidade por vitamina D.

Perguntas e respostas sobre deficiências nutricionais em adultos

1. Quais são as deficiências nutricionais mais comuns em adultos?

As mais frequentes envolvem ferro, vitamina D, vitamina B12, ácido fólico, cálcio, magnésio e zinco.

2. Quais sintomas podem indicar uma deficiência nutricional?

Os sinais mais comuns incluem cansaço persistente, queda de cabelo, unhas fracas, baixa imunidade, câimbras, palpitações, alterações de humor e lapsos de memória.

3. A alimentação contemporânea aumenta o risco dessas carências?

Sim. O consumo elevado de ultraprocessados, associado à baixa ingestão de frutas, legumes, sementes e proteínas de qualidade, favorece o surgimento de deficiências. Outros fatores incluem pouca exposição solar, uso prolongado de certos medicamentos e dietas restritivas sem acompanhamento.

4. Como essas deficiências podem ser diagnosticadas?

Exames laboratoriais simples, como hemograma, ferritina sérica, dosagem de vitamina D, vitamina B12, ácido fólico e análises de cálcio, magnésio e zinco no sangue, permitem identificar precocemente os déficits.

5. É possível corrigir apenas com a alimentação?

Em casos leves, sim — incluir vegetais verde-escuros, ovos, peixes, leite, castanhas e sementes já ajuda a repor nutrientes. Mas, em quadros mais graves, pode ser necessária suplementação oral ou injetável, sempre sob orientação médica.

6. A suplementação por conta própria é segura?

Não. O excesso de vitaminas e minerais também traz riscos, como cálculos renais (cálcio em excesso) ou intoxicação (vitamina D). Por isso, só deve ser feita com acompanhamento de um profissional de saúde.

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Foto de Dra. Flávia Pfeilsticker

Escrito por Dra. Flávia Pfeilsticker

Sobre

Mestre em Ciências da Saúde pelo Einstein. Título de Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Área de Atuação em Nutrição Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral e Enteral (SBNPE).

Especialidades/Área de atuação

Nutrologia - CRM/SP 178.206

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