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Conjuntivite: o que é, sintomas, tipos e tratamentos

Na maioria dos casos, a conjuntivite tem cura e melhora entre uma e duas semanas com os cuidados corretos

Dra. Maria Flavia Ribeiro

Dra. Maria Flavia Ribeiro

5min • 24 de out. de 2025

Mulher sentada em um sofá, com expressão de desconforto, esfregando os olhos com as duas mãos. A imagem ilustra sintomas comuns de conjuntivite, como coceira, irritação e vermelhidão ocular. Ao fundo, há uma luminária branca e uma estante com objetos decorativos.

A conjuntivite pode ser causada por vírus, bactérias, substâncias químicas ou reações alérgicas

Vermelhidão nos olhos, coceira e lacrimejamento excessivo são alguns dos principais sintomas de conjuntivite, uma inflamação que atinge a conjuntiva, a fina membrana transparente que recobre a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras.

Por ter várias causas, o tratamento da conjuntivite pode variar bastante, então é importante procurar um oftalmologista logo nos primeiros sintomas para ter o diagnóstico correto. Na maioria dos casos, o quadro melhora em poucos dias — mas exige cuidados para evitar complicações e reduzir o risco de contágio.

O que é conjuntivite?

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana fina e transparente que recobre a parte branca dos olhos (esclera) e a face interna das pálpebras. Quando inflamada, a conjuntiva fica mais espessa, avermelhada e sensível — levando a sintomas como ardor, coceira, lacrimejamento e sensação de areia.

O processo inflamatório pode ser causado por vírus, bactérias, substâncias químicas ou reações alérgicas. No geral, o quadro é autolimitado, mas requer atenção para evitar complicações e reduzir o risco de contágio. Quando provocada por agentes infecciosos, ela pode se espalhar facilmente por contato direto com secreções oculares ou objetos contaminados.

Quais os tipos de conjuntivite?

De acordo com a oftalmologista Maria Flávia Ribeiro, existem três principais tipos de conjuntivite:

Conjuntivite viral

É o tipo mais comum, normalmente provocada por adenovírus, os mesmos que causam gripes e resfriados. Por ser uma infecção viral, costuma começar em um olho e depois passar para o outro, causando vermelhidão, coceira, lacrimejamento e secreção mais líquida e transparente.

Em alguns casos, a pessoa também pode sentir fotofobia e apresentar sintomas de gripe junto com a irritação nos olhos. A transmissão ocorre por contato com secreções oculares, mãos contaminadas ou objetos usados por alguém infectado (toalhas, travesseiros, maquiagem). Espalha-se com facilidade em locais fechados, escolas e ambientes de trabalho.

Conjuntivite bacteriana

Provocada por bactérias, é mais comum em crianças, mas pode afetar qualquer idade. Tende a causar secreção espessa, amarelada ou esverdeada, que muitas vezes gruda os cílios ao acordar. Os agentes mais comuns são Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae. O contágio é por contato com secreções, mãos contaminadas ou itens pessoais.

Conjuntivite alérgica

Acontece quando o organismo reage a alérgenos como poeira, pólen, pelos de animais ou cosméticos. Não é contagiosa e é mais comum em quem já tem alergias respiratórias (rinite, asma). Os sintomas surgem logo após o contato com o agente: coceira intensa, olhos vermelhos, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e ardor. Frequentemente vem acompanhada de espirros e nariz entupido. A secreção, quando presente, é clara e leve.

Sintomas de conjuntivite

  • Vermelhidão intensa;
  • Coceira e sensação de areia nos olhos;
  • Lacrimejamento constante;
  • Secreção (aquosa, mucosa ou purulenta);
  • Inchaço das pálpebras;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Visão levemente borrada;
  • Desconforto ao piscar.

Se houver secreção amarelada, dor intensa ou piora rápida, procure um oftalmologista para descartar complicações como úlcera de córnea.

Conjuntivite é contagiosa?

As conjuntivites viral e bacteriana são contagiosas e podem se espalhar por:

  • Toque direto nos olhos contaminados e depois em outras pessoas;
  • Compartilhamento de toalhas, fronhas ou maquiagem;
  • Gotículas expelidas pela tosse ou espirro;
  • Contato com superfícies contaminadas.

Já a conjuntivite alérgica não é transmissível.

Como é feito o diagnóstico de conjuntivite?

O diagnóstico é clínico, com base nos sintomas e no exame ocular. O oftalmologista avalia a conjuntiva, o tipo de secreção e o inchaço. Em casos atípicos, graves ou recorrentes, podem ser solicitados:

  • Cultura de secreção ocular (identificar o agente causador);
  • Teste de fluoresceína (avalia lesões na córnea);
  • Exames alérgicos (em suspeita de alergia crônica).

O diagnóstico adequado é essencial para definir o tratamento certo — uso inadequado de colírios pode piorar o quadro (por exemplo, antibióticos em conjuntivite viral ou alérgica).

Tratamentos para conjuntivite

O tratamento varia conforme o tipo; o objetivo é aliviar os sintomas e acelerar a recuperação.

Conjuntivite viral

Costuma melhorar sozinha com higiene ocular e compressas frias. Em alguns casos, podem se formar membranas ou pseudomembranas na conjuntiva tarsal, exigindo debridamento e colírios anti-inflamatórios sob orientação médica. Evite compartilhar itens pessoais e não use colírios por conta própria.

Conjuntivite bacteriana

Requer colírios ou pomadas antibióticas prescritos pelo oftalmologista. Siga o tempo indicado para evitar recorrência. Mantenha a higiene das mãos, não coce os olhos e não compartilhe objetos.

Conjuntivite alérgica

Tratada com colírios antialérgicos/anti-histamínicos. Em casos mais graves, podem ser necessários corticosteroides ou imunomoduladores (sempre com acompanhamento). Evite o alérgeno (poeira, pelos, perfumes, pólen) e use compressas frias e lavagem suave.

Autocuidados para conjuntivite

  • Lave as mãos várias vezes ao dia;
  • Evite coçar os olhos;
  • Use lenços de papel descartáveis;
  • Lave fronhas, toalhas e panos com frequência;
  • Evite maquiagem e lentes de contato até o fim da inflamação;
  • Durma bem e mantenha-se hidratado;
  • Não use colírios sem prescrição.

Quanto tempo dura uma crise de conjuntivite?

Nas formas viral ou bacteriana, em média 7 a 10 dias. A alérgica pode durar mais, especialmente se houver contato contínuo com o agente e coceira. Se persistir por mais de duas semanas ou piorar, retorne ao oftalmologista.

Conjuntivite pode deixar sequelas na visão?

Na maioria das vezes, não. Tratada corretamente, não deixa sequelas permanentes. A visão pode ficar turva temporariamente. “Quando não é feito o tratamento adequado, pode haver sequelas visuais como membranas, infiltrados adenovirais, entre outros, que exigem tratamento mais prolongado”, explica Maria Flávia. Crianças, idosos e imunossuprimidos merecem atenção especial.

Confira: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

Perguntas frequentes

1. Quanto tempo depois de pegar conjuntivite eu deixo de transmitir para outras pessoas?

Nas formas viral e bacteriana, o risco de contágio dura enquanto houver secreção — geralmente entre 7 e 14 dias. Mesmo com melhora dos sintomas, mantenha a higiene e evite compartilhar objetos até desaparecerem a secreção e a vermelhidão.

2. Posso trabalhar ou estudar com conjuntivite?

Não é recomendável durante a fase ativa da conjuntivite infecciosa. O ideal é ficar em casa de 5 a 7 dias (ou até a secreção desaparecer significativamente) para reduzir o contágio e favorecer a recuperação.

3. A conjuntivite pode voltar depois de curada?

Pode. É mais comum nas formas alérgicas (reexposição ao alérgeno). Na viral pode haver reinfecção por outro vírus; na bacteriana, recorrência pode ocorrer por higiene inadequada ou interrupção precoce do antibiótico.

4. É normal sentir a visão embaçada durante a conjuntivite?

Sim, de modo leve e temporário. Se o embaçamento for intenso, persistente ou acompanhado de dor forte e fotofobia, procure avaliação urgente para descartar comprometimento da córnea.

5. Chá de camomila ajuda a tratar conjuntivite?

Não há comprovação de eficácia. Compressas caseiras podem contaminar os olhos. Prefira gaze estéril e soro fisiológico conforme orientação médica.

Leia também: Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

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Foto de Dra. Maria Flavia Ribeiro

Escrito por Dra. Maria Flavia Ribeiro

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