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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Claudicação intermitente: por que a dor nas pernas ao caminhar merece atenção 

Entenda por que a dor nas pernas ao caminhar ou fazer exercícios pode indicar problemas circulatórios e como o tratamento adequado evita complicações

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 6 de dez. de 2025

Homem sente dor nas pernas durante exercício físico, um dos sintomas de claudicação intermitente

A claudicação intermitente é um dos sinais mais comuns da doença arterial obstrutiva periférica | Foto: Freepik

Aquela dor nas pernas que aparece quando você caminha e melhora depois de alguns minutos parado pode não ser cansaço ou falta de preparo físico. Em alguns casos, esse desconforto é um sinal de que o sangue não está chegando bem aos músculos, um alerta importante de que algo pode estar acontecendo com a circulação das pernas.

A claudicação intermitente é justamente esse sintoma: uma dor que vai e volta conforme o esforço. Ela costuma ser consequência da doença arterial obstrutiva periférica, um problema relacionado ao acúmulo de placas nas artérias, muito comum em fumantes, pessoas com diabetes ou colesterol elevado.

O que é a claudicação intermitente?

A claudicação intermitente é caracterizada por dor ou desconforto muscular durante a caminhada ou atividade física, que melhora com o repouso. Ela está frequentemente associada à doença arterial obstrutiva periférica, causada pelo acúmulo de placas de aterosclerose nas artérias das pernas.

Quando fazemos exercício, os músculos precisam de mais oxigênio. Se o fluxo de sangue está reduzido, surge a dor, um dos sinais clássicos da má circulação.

Diabetes e tabagismo são dois dos fatores que mais aumentam o risco desse problema.

Principais sintomas

O sintoma mais conhecido é: dor nas pernas ao caminhar, que melhora com descanso. Essa dor costuma piorar progressivamente conforme o esforço.

Durante o exame físico, o médico pode observar:

  • Pés mais frios
  • Pulsos fracos nas pernas
  • Coloração pálida ou arroxeada

Em casos avançados, pode haver:

  • Dor mesmo em repouso
  • Úlceras de difícil cicatrização
  • Gangrena

Nem sempre a presença de placas nas artérias gera sintomas visíveis — muitas pessoas só descobrem a doença ao realizar exames.

Causas e fatores de risco

A claudicação intermitente surge principalmente devido à doença arterial obstrutiva periférica, cuja origem está na formação de placas ateroscleróticas que estreitam as artérias.

Os fatores de risco incluem:

  • Idade avançada
  • Histórico familiar
  • Tabagismo
  • Diabetes
  • Pressão alta
  • Colesterol alto
  • Obesidade
  • Sedentarismo
  • Dieta inadequada
  • Consumo excessivo de álcool

Esses fatores contribuem para lesões na parede arterial que levam à inflamação e ao acúmulo de placas, dificultando a passagem do sangue.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado em:

  • Queixa típica de dor durante o esforço
  • Melhora com repouso
  • Exame físico com pulsos diminuídos e alterações na cor ou temperatura dos pés

Exames complementares podem ser usados quando há dúvida ou para descartar outras causas.

Doppler arterial

Avalia o fluxo sanguíneo nas artérias.

Arteriografia

Mostra com detalhes onde há estreitamento ou obstrução.

Úlceras e gangrena também podem aparecer como sinal de doença arterial obstrutiva periférica avançada.

Tratamento

O tratamento envolve controlar fatores de risco e melhorar a circulação.

Estilo de vida e medidas iniciais

  • Parar de fumar (a mais importante de todas as medidas)
  • Caminhadas regulares, idealmente supervisionadas
  • Controle do diabetes e pressão arterial
  • Redução de peso
  • Alimentação equilibrada

Medicações

Para estabilizar as placas ateromatosas e reduzir complicações:

  • Ácido acetilsalicílico (AAS)
  • Estatinas

Intervenções médicas

Indicadas para casos mais graves:

  • Colocação de stent para abrir a artéria
  • Endarterectomia, cirurgia para remover placas

Quando o fluxo sanguíneo está muito comprometido, essas medidas podem ser essenciais para salvar o membro.

O que esperar da doença

O prognóstico costuma ser bom quando o tratamento é seguido corretamente. A maioria dos pacientes:

  • Melhora com exercícios
  • Reduz sintomas com mudanças de hábito
  • Controla a progressão da doença

Nos casos graves, ou quando não há adesão ao tratamento, pode ocorrer piora da circulação, aumentando o risco de amputação.

Confira:
Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

Perguntas frequentes sobre claudicação intermitente

1. Claudicação intermitente é uma doença?

Não. É um sintoma da doença arterial obstrutiva periférica.

2. A dor sempre aparece na panturrilha?

É mais comum nessa região, mas pode ocorrer nas coxas ou nádegas, dependendo da artéria afetada.

3. Parar de fumar ajuda mesmo?

Ajuda muito. É a medida mais eficaz para evitar a progressão da doença.

4. Exercícios pioram a condição?

Não. Caminhadas supervisionadas fazem parte do tratamento.

5. A condição tem cura?

Não exatamente, mas o tratamento controla bem os sintomas e evita complicações.

Veja mais:
Trombose Venosa Profunda (TVP): entenda mais sobre a condição

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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