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SINAIS & SINTOMAS

Chiado ou zumbido no ouvido: por que você ouve sons que ninguém mais ouve

O zumbido é a sensação de ouvir um som que não existe no ambiente. Pode parecer um chiado, apito ou ronco e embora nem sempre seja grave, pode afetar o sono, o humor e a qualidade de vida

Dra. Juliana Soares

Dra. Juliana Soares

5min • 11 de nov. de 2025

Quem nunca sentiu um leve apito no ouvido depois de um show ou de um dia barulhento? Em muitos casos, o sintoma desaparece sozinho. Mas quando esse som persiste, é sinal de que algo pode estar acontecendo com a audição. O zumbido no ouvido, também conhecido como tinnitus, é uma condição que afeta milhões de pessoas no mundo e pode se manifestar em diferentes intensidades.

Embora não seja uma doença, o zumbido é um sintoma que pode ter várias causas, desde a exposição a ruídos altos até problemas auditivos, vasculares ou neurológicos.

O que é o zumbido no ouvido

O zumbido é a percepção de um som sem que exista uma fonte sonora real. É uma espécie de ilusão auditiva, que pode ser descrita como:

  • Apito
  • Chiado
  • Campainha
  • Ronco

Ele não é uma doença em si, mas sim um sintoma que pode estar ligado a diversas causas. Na maioria das vezes, não é grave, mas pode atrapalhar o sono, a concentração e o humor.

Quem pode ter zumbido

O zumbido é mais comum entre pessoas de 60 a 69 anos, embora possa aparecer em qualquer idade. Frequentemente está associado à perda auditiva neurossensorial, que é a perda da audição relacionada ao envelhecimento ou à exposição prolongada a sons altos.

Tipos de zumbido

Existem duas categorias principais:

1. Zumbido primário (mais comum)

Geralmente está relacionado à perda auditiva, mas sem uma causa específica identificável.

2. Zumbido secundário (mais raro, menos de 1%)

Surge quando há uma causa clara, como alterações vasculares, neurológicas, uso de certos medicamentos ou doenças como a Doença de Ménière.

Quando é importante investigar rapidamente

Alguns sinais exigem avaliação médica urgente, pois podem indicar algo mais sério:

  • Zumbido pulsátil (como batida de coração);
  • Zumbido em apenas um ouvido;
  • Zumbido acompanhado de perda auditiva súbita;
  • Presença de outros sintomas neurológicos (tontura intensa, desequilíbrio, fraqueza em parte do corpo).

Avaliação médica

O diagnóstico começa com uma consulta detalhada, em que o médico investiga quando o zumbido começou, se é constante ou intermitente, e se afeta um ou ambos os ouvidos.

Principais etapas da investigação:

  • Histórico clínico completo;
  • Exame físico da cabeça, ouvidos, pescoço e sistema cardiovascular;
  • Audiometria: exame auditivo recomendado para todos os pacientes com zumbido;
  • Exames de imagem (ressonância magnética ou tomografia): indicados em casos de zumbido de apenas um lado, pulsátil ou com sintomas neurológicos;
  • Exames laboratoriais: usados quando há suspeita de doenças associadas, como problemas da tireoide, deficiência de vitamina B12 ou infecções.

Possíveis causas do zumbido

O zumbido pode ter origens diversas, e em muitos casos mais de um fator pode estar envolvido. Entre os mais comuns:

  • Perda auditiva por idade (presbiacusia);
  • Exposição prolongada a sons altos (shows, fones de ouvido, máquinas);
  • Medicamentos ototóxicos, como alguns antibióticos, diuréticos e quimioterápicos;
  • Doenças neurológicas;
  • Doenças metabólicas, como diabetes;
  • Alterações vasculares;
  • Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, que podem agravar o sintoma.

Tratamento do zumbido

O tratamento depende da causa identificada. Em alguns casos, o zumbido melhora quando o problema de base é tratado.

Principais abordagens:

1. Correção do que está causando o zumbido

Tratar doenças associadas (vasculares, metabólicas ou neurológicas) ou suspender o uso de medicamentos que prejudiquem a audição.

2. Aparelhos auditivos

Podem melhorar a audição e reduzir a percepção do zumbido, mesmo em perdas auditivas leves.

3. Terapia sonora

Uso de sons externos, como música suave ou ruído branco, para “mascarar” o zumbido e reduzir o incômodo.

4. Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

Ajuda o paciente a lidar com a ansiedade e a insônia causadas pelo sintoma, o que melhora a qualidade de vida.

5. Apoio multiprofissional

O tratamento ideal costuma envolver uma equipe formada por otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e psicólogo.

Prevenção

Algumas coisas simples ajudam a proteger a audição e evitar o aparecimento do zumbido:

  • Evite exposição prolongada a ruídos intensos;
  • Use protetores auriculares em locais barulhentos;
  • Tome cuidado com o uso de medicamentos que fazem mal para os ouvidos (ototóxicos). Use sempre com orientação médica;
  • Procure um médico ao primeiro sinal de perda auditiva súbita ou zumbido em um único ouvido.

Leia mais: Teste da orelhinha: para que serve e como é feito

Perguntas frequentes sobre zumbido no ouvido

1. O zumbido no ouvido tem cura?

Nem sempre tem cura definitiva, mas existem tratamentos eficazes para reduzir o incômodo e melhorar a qualidade de vida.

2. O zumbido pode indicar perda auditiva?

Sim. Em muitos casos, o zumbido é o primeiro sinal de perda auditiva neurossensorial.

3. É perigoso ter zumbido pulsátil?

Sim. Esse tipo de zumbido pode estar relacionado a problemas vasculares e deve ser investigado com urgência.

4. Zumbido pode piorar com ansiedade?

Pode. O estresse e a ansiedade aumentam a percepção do zumbido, criando um ciclo difícil de romper sem tratamento.

5. Fone de ouvido causa zumbido?

O uso prolongado e em volume alto pode danificar as células auditivas, levando à perda de audição e zumbido.

6. Qual o especialista certo para tratar zumbido?

O otorrinolaringologista é o médico indicado, e pode trabalhar junto a fonoaudiólogo e psicólogo, dependendo do caso.

Veja também: Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): o que é, sintomas e como tratar

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Escrito por Dra. Juliana Soares

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