PREVENÇÃO & LONGEVIDADE
Check-up cardíaco: quais exames fazer e com que frequência
Descubra quando começar o check-up do coração, quais exames incluir e a frequência ideal para manter sua saúde cardiovascular em dia.

Dr. Giovanni Henrique Pinto
5min • 11 de ago. de 2025

O coração trabalha 24 horas por dia, sem pausa para descanso. E, assim como um carro que precisa de revisão para não quebrar no meio da estrada, o coração também merece atenção preventiva. É aí que entra o check-up cardíaco, um conjunto de exames que ajuda a identificar riscos e prevenir problemas antes que eles apareçam.
O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, explica que a partir dos 40 anos mesmo quem não tem fatores de risco já deve começar a avaliação.
“Mas se houver histórico familiar de doenças cardíacas, diabetes, hipertensão ou colesterol alto, o check-up deve começar antes, por volta dos 30 ou 35 anos”, recomenda.
Quando começar o check-up do coração
Se você tem um histórico familiar de infarto ou AVC, a recomendação é antecipar o check-up cardíaco.
“Se um parente de primeiro grau teve infarto ou AVC antes dos 55 anos, no caso de homens, ou 65 anos, para mulheres, é indicado iniciar a avaliação 10 anos antes da idade em que o evento ocorreu”, orienta Giovanni.
Exames básicos que fazem parte do check-up cardíaco
Segundo o cardiologista, todo check-up começa com exames essenciais:
- Eletrocardiograma: exame que registra a atividade elétrica do coração e ajuda a detectar arritmias.
- Dosagem de colesterol e glicemia: exame que mede as gorduras e o açúcar no sangue, fatores ligados a doenças cardíacas.
- Avaliação da pressão arterial: verifica se a pessoa tem pressão alta, um dos maiores problemas para o coração.
Exames complementares que podem ser solicitados no check-up cardíaco
Dependendo do perfil e histórico da pessoa, o médico pode pedir outros exames do coração para avaliar pontos específicos. Alguns deles são:
- Ecocardiograma: ultrassom que mostra o funcionamento do coração.
- Teste ergométrico: é o famoso teste da esteira, que avalia o desempenho do coração sob esforço intenso.
- MAPA ou Holter: monitoram a pressão arterial ou o ritmo cardíaco por 24 horas.
- Cintilografia miocárdica ou angiotomografia coronariana: em casos selecionados, para avaliar fluxo sanguíneo e artérias do coração.
Esses são exames para prevenir infarto e outros problemas cardiovasculares.
Homens e mulheres: exames iguais, mas atenção diferente
De maneira geral, os homens e as mulheres fazem os mesmos exames do coração. “No entanto, mulheres podem apresentar sintomas atípicos de doenças cardíacas e, por isso, a avaliação pode incluir exames mais específicos”, diz o médico.
“A menopausa também é um fator de risco e devemos estar atentos a esse período de vida das mulheres”, alerta o cardiologista. Nessas situações, o médico pode recomendar exames extras.
Com que frequência repetir os exames
A resposta depende do risco cardiovascular de cada um. A partir do primeiro check-up cardíaco, o médico saberá dizer quando deve ser feito o próximo.
- Baixo risco, sem outros fatores de risco: a cada 2 a 3 anos.
- Risco moderado: anualmente.
- Alto risco ou portadores de doenças cardiovasculares: anual ou até semestral, conforme orientação médica.
Check-up cardiológico detecta risco de infarto?
Sim, o check-up cardíaco consegue detectar risco de infarto, conta o cardiologista.
“Por meio da análise dos fatores de risco e exames, é possível estimar a chance de eventos cardiovasculares e adotar medidas preventivas”, afirma o médico.
O cardiologista Giovanni Henrique Pinto conta que exames como escore de cálcio e teste ergométrico podem identificar placas nas artérias ou isquemia silenciosa, que é quando o coração sofre falta de sangue sem causar sintomas.
Sintomas que merecem atenção fora da rotina
Apesar de fazer o check-up regularmente, não espere a data do próximo exame cardiológico para procurar ajuda se sentir:
- Dor no peito;
- Falta de ar ao se esforçar;
- Tontura ou desmaios;
- Palpitações;
- Inchaço nas pernas.
Esses são sinais que você deve procurar um médico imediatamente para investigar o que está acontecendo.
Check-up cardiológico normal significa risco zero?
Infelizmente, não. “O risco cardiovascular pode mudar com alterações nos hábitos, peso, pressão e colesterol. Por isso, mesmo com exames normais, é fundamental manter hábitos saudáveis e reavaliar periodicamente”, reforça o Dr. Giovanni.
Perguntas frequentes sobre check-up cardíaco
1. Check-up cardíaco dói?
Não. Os exames são simples e não invasivos na maioria dos casos.
2. Preciso fazer jejum para o check-up?
Para exames de sangue, sim, geralmente de 8 a 12 horas.
3. Posso fazer check-up grávida?
Alguns exames são seguros, mas é preciso informar o médico para adaptar a avaliação.
4. Quanto custa um check-up cardíaco?
O valor varia conforme a quantidade de exames solicitados e o local. Os planos de saúde também cobrem os exames que constam no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
5. Atletas também precisam fazer check-up?
Sim. A avaliação ajuda a garantir que o coração está preparado para esforços intensos.
6. Quem nunca teve sintomas precisa fazer?
Sim. O objetivo é prevenir e identificar riscos antes dos sintomas aparecerem e manter a saúde do coração.
7. Existe idade máxima para fazer check-up?
Não. A avaliação é importante em qualquer fase da vida.
8. O check-up substitui hábitos saudáveis?
De forma alguma. Ele complementa a prevenção, para que os médicos consigam intervir precocemente caso necessário, mas não dispensa alimentação equilibrada, exercícios e controle do estresse.