DOENÇAS & CONDIÇÕES
Carcinoma basocelular: entenda mais sobre o tipo de câncer de pele que mais afeta os brasileiros
Saiba mais sobre sintomas, sinais de alerta e como se prevenir

Dr. Thiago Chadid
5min • 3 de dez. de 2025

O carcinoma basocelular é um câncer que tem origem na exposição cumulativa (e intermitente) ao sol (ou radiação UV) ao longo da vida, especialmente em pessoas de pele mais clara | Foto: Freepik
O diagnóstico de carcinoma basocelular é, infelizmente, algo comum no Brasil. Apesar de muitas vezes parecer inofensivo, é necessário ter atenção e diagnóstico precoce. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma, categoria que inclui o carcinoma basocelular (CBC) e o espinocelular, representa aproximadamente 30% de todos os tumores malignos no país, com centenas de milhares de casos por ano.
Dentro desse grupo, o carcinoma basocelular é o tipo mais comum e corresponde a cerca de 70% a 80% dos cânceres de pele não melanoma. Ele cresce lentamente e raramente se espalha para outros órgãos, mas pode causar destruição local importante se não tratado. Por isso, reconhecer os sinais e entender como prevenir é bem importante.
O que é o carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular é um câncer de pele que se origina nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme. É um câncer que tem origem na exposição cumulativa (e intermitente) ao sol (ou radiação UV) ao longo da vida, especialmente em pessoas de pele mais clara.
Embora seja considerado o tipo menos agressivo de câncer de pele, ele ainda é um tumor maligno e não deve ser ignorado, pois pode crescer e invadir tecidos próximos, como cartilagem, músculos e até ossos, dependendo da localização.
Fatores de risco
Algumas coisas aumentam o risco de desenvolver carcinoma basocelular:
- Exposição solar intensa ou cumulativa, principalmente ao longo da vida;
- Pele clara, olhos claros, cabelos claros;
- Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele;
- Uso frequente de câmaras de bronzeamento UV (que hoje são proibidas no Brasil);
- Ter muitas pintas, sinais ou sardas;
- Estar acima dos 40 anos;
- Cicatrizes antigas ou áreas da pele previamente lesionadas.
Sinais e sintomas: como identificar
O carcinoma basocelular costuma se manifestar como:
Lesões típicas
- Pérolas na pele: pequenas elevações brilhantes, translúcidas ou rosadas;
- Feridas que não cicatrizam, durando mais de 4 semanas;
- Lesões que sangram facilmente;
- Manchas rosadas ou avermelhadas que descamam;
- Pequenos nódulos com vasinhos visíveis (telangiectasias);
- Lesões enegrecidas que podem ser confundidas com pintas, mas que mudam com o tempo.
O carcinoma basocelular costuma aparecer principalmente em áreas expostas ao sol, como:
- Rosto;
- Nariz;
- Orelhas;
- Pescoço;
- Couro cabeludo careca;
- Ombros;
- Dorso das mãos.
É comum que a pessoa não sinta dor, por isso muitos adiam a busca por ajuda.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por avaliação dermatológica e confirmado por biópsia.
O dermatoscópio, aparelho usado pelo dermatologista, ajuda a identificar padrões característicos da lesão. Em alguns casos, exames de imagem podem ser usados para lesões maiores ou mais profundas.
Tratamento
O tratamento depende do tamanho, da localização e do tipo histológico do tumor. As opções são:
Cirurgia (a mais comum e eficaz)
- Excisão cirúrgica: remove o tumor com margem de segurança.
- Cirurgia de Mohs: técnica mais precisa, indicada para áreas nobres do rosto, recidivas ou tumores agressivos.
Tratamentos não cirúrgicos
- Curetagem e eletrocoagulação (casos pequenos);
- Crioterapia (congelamento);
- Terapia fotodinâmica;
- Cremes imunomoduladores (como imiquimode) em lesões muito superficiais;
- Radioterapia para casos específicos.
Com diagnóstico precoce, o índice de cura é superior a 95%.
Prevenção: o que realmente funciona
Proteção solar diária
- Use protetor com FPS 30 ou mais;
- Reaplique a cada 2 horas;
- Evite sol das 10h às 16h.
Hábitos que reduzem o risco
- Use chapéu, óculos escuros e roupas com proteção UV;
- Faça autoexame da pele;
- Consulte um dermatologista ao menos 1 vez ao ano.
Pessoas com risco elevado
Devem ter acompanhamento mais frequente, especialmente quem já teve câncer de pele.
Expectativa e qualidade de vida
A maior parte das pessoas com carcinoma basocelular tem excelente resultado quando trata precocemente. O risco aumenta apenas quando a lesão é ignorada por meses ou anos.
Com seguimento certo, exames regulares e proteção solar contínua, a chance de complicações é mínima.
Confira: Vacinas contra o câncer: o que está sendo testado (e o que esperar)
Perguntas frequentes sobre carcinoma basocelular
1. Carcinoma basocelular é câncer?
Sim, é um tipo de câncer de pele. É o mais comum e o menos agressivo, mas precisa de tratamento.
2. Ele se espalha para outros órgãos?
É extremamente raro. O risco maior é destruição local se não for tratado.
3. Toda ferida que não cicatriza pode ser câncer?
Não sempre, mas é um sinal de alerta. Deve ser avaliada por um dermatologista.
4. Protetor solar realmente previne câncer de pele?
Sim. Reduz significativamente o risco de carcinoma basocelular e outras lesões causadas pelo sol.
5. Quem já teve carcinoma basocelular pode ter de novo?
Sim. O risco é maior após o primeiro diagnóstico. Por isso o acompanhamento anual é tão importante.
6. É preciso fazer quimioterapia?
Quase nunca. O tratamento costuma ser local, principalmente cirúrgico.
7. Lesões pequenas podem ser graves?
Podem crescer e invadir estruturas vizinhas com o tempo. Mesmo lesões pequenas devem ser tratadas.
Veja mais: Câncer agressivo: o que significa e quais fatores determinam

