Logo Propor

PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Calendário de vacinas para adultos: quais doses você não pode esquecer 

De tempos em tempos é importante checar o calendário vacinal para não perder reforços, além das vacinas anuais, como a da gripe

Dra. Clara Buscarini Leutewiler

Dra. Clara Buscarini Leutewiler

5min • 7 de set. de 2025

Calendário de vacinas para adultos: quais doses você não pode esquecer 

Quando se fala em vacinação, muita gente ainda pensa só em criança. Mas a verdade é que o calendário vacinal não termina na infância. Mesmo depois dos 18 anos, existem vacinas muito importantes para manter a saúde em dia e se proteger contra doenças sérias que podem dar muita preocupação.

Além das anuais, como aquela contra a gripe, por exemplo, algumas vacinas para adultos precisam estar atualizadas.

Quais vacinas todo adulto deve manter em dia?

Segundo a infectologista Clara Buscarini, as vacinas essenciais para adultos no Brasil são:

  • DT (difteria e tétano);
  • Hepatite B;
  • Influenza;
  • Covid-19;
  • HPV;
  • Tríplice viral (SCR);
  • Febre amarela (para áreas de risco).

“A vacinação contra difteria e tétano (dupla adulto, dT) é indicada para todos os adultos, com reforço a cada 10 anos. Já a hepatite B deve ser feita em três doses, caso o adulto nunca tenha se vacinado”, diz a médica. Por isso, é bom checar a carteirinha de vacinação de tempos em tempos.

Outras vacinas também entram na lista em situações específicas. “A vacinação contra coqueluche é recomendada principalmente para gestantes, não sendo universal para todos os adultos”, explica.

E no caso da vacina contra influenza (gripe), a recomendação é que grupos prioritários a tomem anualmente. “Isso inclui gestantes, puérperas, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades. Ela fica disponível em campanhas ampliadas ou no sistema privado”, explica a especialista.

No caso da vacina contra covid-19, o ideal é o reforço anual. “Desde 2021, a vacinação contra o SARS-CoV-2 tornou-se recomendação universal para adultos, com diferentes plataformas vacinais e reforços periódicos (geralmente anuais)”, diz a infectologista.

E os idosos, precisam de alguma dose de vacina a mais?

Sim. A infectologista destaca que, para pessoas acima dos 60 anos, a vacina pneumocócica (PPV23) é indicada para ajudar a proteger contra pneumonias graves.

É importante saber que no serviço privado já estão disponíveis vacinas que não fazem parte do calendário do SUS ou não fazem parte para todos os grupos da população, mas podem ser recomendadas em casos específicos, como a da dengue e a do herpes zoster.

Vacinas são iguais para homens e mulheres?

Sim. “Não há esquemas vacinais distintos para homens e mulheres, exceto no contexto de gestantes”, explica a médica.

Isso significa que, de modo geral, homens e mulheres seguem o mesmo calendário, mas as gestantes precisam receber orientações especiais para proteger também o bebê.

Por que alguns adultos precisam repetir vacinas que já tomaram?

Muita gente acredita que estar vacinado na infância é garantia de proteção para a vida toda. Mas não é bem assim.

“A imunidade conferida por algumas vacinas pode diminuir ao longo do tempo. Além disso, mudanças nos calendários vacinais ao longo das décadas podem deixar lacunas de proteção em adultos”, explica a infectologista.

Ela dá um exemplo importante: “Indivíduos vacinados contra sarampo entre 1963 e 1989 podem ter recebido vacinas menos eficazes ou esquemas incompletos. Por isso, em grupos de risco, como profissionais de saúde e viajantes internacionais, é recomendada a revacinação”.

Outra situação mais específica é quando acontece um transplante de medula óssea. “A imunossupressão induzida pelo transplante exige a revacinação completa de adultos, independentemente do histórico vacinal, pois a imunidade adquirida anteriormente pode ser perdida após o procedimento”, detalha a médica.

Vacinas para adultos quem têm doenças crônicas

Pessoas que têm determinadas doenças crônicas precisam de uma atenção ainda mais especial para a vacinação, e a recomendação depende da condição clínica.

“Pessoas com pressão alta e com diabetes devem seguir o calendário já mencionado. Mas pacientes com hepatopatias graves, por exemplo, precisam se vacinar também contra meningite C (ACWY preferencialmente) e meningite B”, orienta.

Ou seja, nesses casos a avaliação deve ser individualizada pelo médico.

É seguro tomar várias vacinas no mesmo dia?

Muita gente tem receio, mas a resposta é sim, é seguro.

“A administração de várias vacinas no mesmo dia é segura, não compromete a eficácia imunológica e é recomendada para garantir proteção oportuna contra doenças preveníveis”, diz a infectologista Clara Buscarini.

A única exceção são as vacinas vivas atenuadas (como tríplice viral e febre amarela, por exemplo). “Se não forem aplicadas no mesmo dia, precisam ter um intervalo de pelo menos 28 dias entre elas para evitar interferência na resposta imunológica”, diz a especialista.

O risco de não completar o calendário vacinal

Segundo a médica, deixar vacinas de lado pode trazer várias consequências sérias:

  • Maior risco de ficar doente e ter complicações graves, especialmente no caso de pessoas com saúde mais vulnerável, como idosos e quem tem outras doenças;
  • Diminuição da proteção coletiva, também conhecida como imunidade de rebanho. Isso aumenta a chance de doenças já erradicadas ou controladas voltarem (como sarampo, rubéola e poliomielite), e coloca em risco quem não está vacinado ainda ou pessoas imunossuprimidas;
  • Transmissão para pessoas vulneráveis, como bebês, crianças, idosos e pessoas com problemas de imunidade;
  • Impacto no sistema de saúde: o tratamento de doenças preveníveis com vacina onera o sistema de saúde, aumenta o custo e sobrecarrega o sistema.

“A manutenção de um esquema vacinal completo ao longo da vida adulta é muito importante para prevenir doenças imunopreveníveis e suas complicações”, reforça a infectologista.

Perguntas frequentes sobre vacinação em adultos

1. Adultos precisam vacinar todos os anos?

Sim. Especialmente contra influenza e covid-19, que têm reforços anuais. Mas é importante ficar de olho no calendário vacinal para eventuais reforços de outras vacinas, como a de tétano, por exemplo.

2. Qual vacina é obrigatória para viajar?

A vacina contra febre amarela é exigida em viagens para áreas de risco ou países que solicitam o certificado internacional.

3. Vacina contra HPV é só para adolescentes?

Não. “Adultos com 20 anos ou mais, não vacinados anteriormente, podem receber três doses da HPV9”, lembra a médica.

4. Posso tomar vacinas mesmo gripado?

Depende. Quadros leves não contraindicam, mas em caso de febre alta é melhor adiar.

5. Se eu perder uma dose, preciso reiniciar a vacinação?

Não. O esquema pode ser retomado de onde parou, sem necessidade de começar tudo de novo.

Leia também: HPV: o que é, riscos e como a vacina pode proteger sua saúde

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba semanalmente as últimas notícias da área da saúde, cuidado e bem estar.

Foto de Dra. Clara Buscarini Leutewiler

Escrito por Dra. Clara Buscarini Leutewiler

Sobre

Infectologista formada pela Faculdade de Medicina de Marília, com residência em Infectologia pelo Instituto de Infectologia Emilio Ribas. Possui pós-graduação em pacientes transplantados imunossuprimidos na Universidade de São Paulo (USP), além de especialização em Doenças Infecciosas nos Pacientes Imunossuprimidos não-HIV no Hospital Sírio Libanês. MBA em Gestão e Saúde pela PUC-RS. Atua na direção médica do setor de infectologia e do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar das maiores operadores de saúde do Brasil.

Especialidades/Área de atuação

Infectologia - CRM/SP 161.573 | RQE 95.827

Group Companies
Waves