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PREVENÇÃO & LONGEVIDADE

Cirurgia marcada? Veja quando procurar o cardiologista

Saiba por que a avaliação cardiológica antes da cirurgia é importante para evitar riscos, proteger o coração e garantir recuperação mais segura

Dra. Edilza Câmara Nóbrega

Dra. Edilza Câmara Nóbrega

5min • 27 de ago. de 2025

Médica realiza uma avaliação do coração de uma paciente com um estetoscópio, em um consultório, em consulta antes de cirurgia. 

Se você está com uma cirurgia marcada, já deve saber que o preparo não envolve apenas jejum e exames laboratoriais. Na verdade, antes de entrar no centro cirúrgico, é fundamental avaliar se o coração está pronto para suportar o estresse da anestesia, da perda de sangue e da recuperação.

A consulta, também conhecida como avaliação cardiológica pré-operatória, é necessária especialmente para pacientes com fatores de risco, como pressão alta, diabetes, histórico familiar de doenças cardíacas ou mais de 40 anos. Ela garante que o procedimento seja feito com mais segurança e reduz a chance de complicações graves, como infarto ou arritmias.

Para entender melhor quando procurar esse acompanhamento e quais cuidados são indispensáveis, conversamos com a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega, formada pelo InCor-HCFMUSP. Confira!

Por que o coração precisa ser avaliado antes da cirurgia?

Toda cirurgia gera estresse para o organismo. A anestesia, a perda de sangue, a dor e a inflamação desencadeiam respostas hormonais que elevam a pressão arterial, aceleram os batimentos e aumentam a demanda de oxigênio do coração.

Na maioria dos pacientes saudáveis, o corpo dá conta dessa sobrecarga. Mas, para quem já tem fatores de risco ou doenças cardíacas, as alterações podem desencadear complicações sérias — como infarto agudo do miocárdio e até AVC.

Estudos mostram que hoje os pacientes cirúrgicos são, em geral, mais idosos e com múltiplas doenças associadas. Preparar o coração e alinhar condutas entre médico, cirurgião e anestesista é essencial para a segurança do procedimento.

Quando procurar o cardiologista antes da cirurgia?

De acordo com Edilza Câmara Nóbrega, especialista em cardiologia perioperatória, a avaliação deve ser feita assim que a cirurgia for marcada.

“O ideal é que essa avaliação seja feita com tempo hábil para que o cardiologista possa solicitar exames adicionais, se necessário, e para que haja tempo para qualquer otimização do seu estado de saúde, como ajuste de medicações ou investigação de alguma alteração”.

A urgência depende do tipo de cirurgia:

  • Cirurgias eletivas: permitem maior planejamento e otimização.
  • Cirurgias de urgência: mesmo nesses casos, é feita uma checagem mínima do coração.

Quem deve priorizar a avaliação cardiológica?

A consulta é altamente recomendada para:

  • Pessoas com histórico de infarto, insuficiência cardíaca, arritmias, doença arterial coronariana ou stent;
  • Pessoas com pressão alta, diabetes, colesterol alto, obesidade ou tabagismo;
  • Pacientes que já tiveram AVC;
  • Adultos de meia idade e idosos (acima de 50-60 anos, conforme o caso);
  • Pessoas com sintomas cardíacos como dor no peito, palpitações, falta de ar ou inchaço;
  • Quem vai passar por cirurgias de médio ou grande porte.

Sinais de alerta antes de operar

Entre os sinais que exigem investigação estão:

  • Dor no peito;
  • Falta de ar;
  • Palpitações;
  • Inchaço nas pernas;
  • Cansaço sem causa aparente;
  • Desmaios ou tonturas frequentes.

“Caso apresente algum desses sintomas ou condição cardíaca grave, cirurgias eletivas podem e devem ser suspensas se a avaliação cardiológica identificar um risco elevado de complicações. A segurança do paciente é a prioridade”, explica Edilza.

E se o risco cirúrgico for considerado alto?

Nesses casos, a cirurgia pode ser adiada ou adaptada. As condutas possíveis incluem:

  • Otimização do tratamento;
  • Exames adicionais;
  • Mudança do plano cirúrgico;
  • Adiamento da cirurgia;
  • Encaminhamento para tratamento cardíaco prévio;
  • Cirurgia em ambiente com monitoramento intensivo.

O que pode acontecer se a avaliação for ignorada

Ignorar essa etapa aumenta o risco de complicações como:

  • Infarto;
  • Arritmias graves;
  • Insuficiência cardíaca aguda;
  • AVC;
  • Complicações respiratórias;
  • Morte.

O que acontece durante a cirurgia para proteger o coração?

Durante o procedimento, o coração é monitorado constantemente com equipamentos de controle de pressão, frequência cardíaca, oxigenação e atividade elétrica. Medicamentos e manejo da dor ajudam a evitar sobrecarga cardíaca e prevenir complicações.

Como cuidar do coração após a cirurgia?

Mesmo após a cirurgia, há risco de complicações como arritmias, infarto e insuficiência cardíaca. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável, junto com fisioterapia e reabilitação cardíaca quando indicado.

O estresse emocional também pode impactar. Técnicas de respiração, atitude positiva, apoio familiar e música ajudam na recuperação.

Perguntas frequentes sobre avaliação cardiológica antes de cirurgias

1. O que é avaliação cardiológica pré-operatória?

É a consulta em que o cardiologista verifica se o coração está preparado para enfrentar a cirurgia e a anestesia, pedindo exames e ajustando remédios se necessário.

2. Preciso procurar o cardiologista mesmo para cirurgias pequenas?

Sim. Mesmo cirurgias simples podem sobrecarregar o coração, especialmente em quem tem fatores de risco.

3. A cirurgia pode ser adiada por causa do coração?

Sim. Se o risco for alto, a cirurgia pode ser adiada para estabilização do coração antes.

4. Já tive infarto. Posso fazer cirurgia?

Sim, mas com cuidado extra. O cardiologista avalia o tempo desde o infarto e pode solicitar exames adicionais.

5. Quais são as principais complicações cardíacas no pós-operatório?

Infarto, arritmias, insuficiência cardíaca e coágulos. Daí a importância da vigilância médica.

6. Preciso suspender meus remédios antes da cirurgia?

Apenas sob orientação médica. Anticoagulantes, por exemplo, podem precisar de ajuste.

7. Sou idoso e vou operar. Meu risco é maior?

Sim. Idosos têm mais fatores de risco, mas a avaliação ajuda a reduzir as chances de complicações.

8. Como sei que estou pronto para a cirurgia?

Quando o cardiologista confirma que exames e condições estão controlados. Isso não elimina totalmente o risco, mas o reduz ao máximo.

9. Existe risco de AVC durante ou após a cirurgia?

Sim, especialmente em quem tem hipertensão, diabetes ou arritmias. O controle desses fatores antes da cirurgia ajuda a reduzir a chance.

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Foto de Dra. Edilza Câmara Nóbrega

Escrito por Dra. Edilza Câmara Nóbrega

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