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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Asma alérgica: o que é, sintomas, tratamentos e remédios

Falta de ar, chiado no peito e tosse persistente são alguns dos principais sintomas de asma alérgica; veja como é feito o tratamento

Dra. Brianna Nicoletti

Dra. Brianna Nicoletti

5min • 21 de set. de 2025

Asma alérgica: o que é, sintomas, tratamentos e remédios

Você sabe o que é asma alérgica? A condição, que é comum durante a infância e adolescência, acontece quando o organismo reage de forma exagerada a substâncias normalmente inofensivas, como poeira, pólen, mofo ou pelos de animais. Isso causa inflamação das vias aéreas, deixando a respiração mais difícil.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a asma afeta mais de 260 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a estimativa é que cerca de 20 milhões de brasileiros convivam com a doença, sendo a asma alérgica uma das formas mais comuns.

Apesar de crônica, a condição pode ser controlada a partir de acompanhamento médico, tratamento adequado e mudanças no estilo de vida. Entenda mais, a seguir.

O que causa a asma alérgica?

A asma alérgica, também chamada de asma atópica, é desencadeada quando o sistema imunológico identifica como perigosa uma substância inofensiva, chamada de alérgeno. Ao entrar em contato com o agente, o corpo reage liberando substâncias químicas que causam inflamação nos brônquios e estreitamento das vias respiratórias.

Entre alguns dos principais alérgenos, estão:

  • Ácaros da poeira doméstica, encontrados em colchões, travesseiros, cortinas e tapetes;
  • Mofo e umidade, que são comuns em casas pouco arejadas;
  • Pelos e epitélio de animais de estimação, como gatos, cães e até roedores;
  • Cheiros fortes, como perfumes, produtos de limpeza, tintas e solventes;
  • Fumaça de cigarro;
  • Poluição do ar;
  • Pólen.

Além dos alérgenos clássicos, alguns alimentos podem provocar reações em pessoas sensíveis, como leite, ovos, frutos do mar, amendoim e nozes. Eles são menos comuns do que alérgenos inalados, mas crises causadas por alimentos podem ser mais graves.

Quais os sintomas de asma alérgica?

Os sintomas da asma alérgica podem variar de pessoa para pessoa. De acordo com a alergista e imunologista Brianna Nicoletti, eles podem variar ao longo do tempo e tendem a surgir ou piorar em situações específicas, como exposição a alérgenos, prática de esforço físico, contato com ar frio ou durante infecções respiratórias.

Os sinais mais comuns incluem:

  • Falta de ar;
  • Chiado no peito (som semelhante a um assobio ao respirar);
  • Tosse persistente, especialmente à noite ou de manhã cedo;
  • Aperto no peito;
  • Respiração rápida e cansada.

Se a pessoa também tiver rinite ou outras alergias, podem surgir sintomas como coriza constante, coceira nos olhos, nariz entupido e irritação na pele.

Além disso, em situações mais graves, quando o alérgeno é ingerido (por exemplo, alimentos), os sintomas podem evoluir para:

  • Urticária;
  • Inchaço nos lábios, rosto ou língua;
  • Dificuldade para engolir;
  • Anafilaxia: uma reação alérgica grave, que exige atendimento médico imediato.

Como diferenciar a falta de ar da asma alérgica de outras condições?

A falta de ar é um sintoma que pode estar presente em diversas doenças respiratórias e cardíacas — então, para evitar confusão, é importante estar atento a alguns sinais.

Em casos de asma alérgica, Brianna aponta que é possível observar que:

  • A falta de ar geralmente vem acompanhada de chiado no peito e tosse;
  • Os sintomas melhoram após o uso de broncodilatadores (medicações inalatórias);
  • Pode haver piora durante a noite, esforço físico ou contato com alérgenos.

Já em outras condições, como doenças cardíacas ou DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), a falta de ar tem características diferentes: além de não responder tão bem ao broncodilatador, ela pode estar associada a inchaço nas pernas, dor no peito ou histórico de tabagismo prolongado.

Leia também: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de asma alérgica é feito por um médico, geralmente pneumologista ou alergista, a partir de uma avaliação clínica, histórico de sintomas e exames complementares.

Segundo Brianna, entre os exames que ajudam na identificação da condição, estão:

  • Espirometria: mede a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões, verificando se existe obstrução das vias aéreas;
  • Pico de fluxo expiratório: teste simples para acompanhar a variação da respiração ao longo do tempo;
  • Testes alérgicos (cutâneos ou IgE específica): ajudam a identificar quais alérgenos desencadeiam as crises;
  • Exames de inflamação tipo 2: como FeNO e eosinofilia, que ajudam a mostrar quando a asma tem origem alérgica.

Como é feito o tratamento de asma alérgica?

O tratamento da asma alérgica é feito para controlar a inflamação dos pulmões, aliviar os sintomas e evitar crises. De acordo com Brianna e o Ministério da Saúde, os principais cuidados são:

1. Remédios de controle

O uso de corticoides inalatórios é a forma mais eficaz de reduzir a inflamação das vias aéreas. Em alguns casos, podem ser combinados com o formoterol, um broncodilatador de ação prolongada. Eles devem ser utilizados de forma contínua, mesmo em períodos sem sintomas, pois ajudam a manter a doença sob controle.

2. Remédios para aliviar os sintomas

Os remédios broncodilatadores de curta duração são usados em situações de crise, quando há falta de ar ou chiado no peito. Eles promovem melhora rápida da respiração, mas não substituem o tratamento clínico indicado pelo médico.

3. Evitar gatilhos e tratar comorbidades

Identificar e reduzir o contato com alérgenos como poeira, mofo, pólen e pelos de animais é um dos principais passos para evitar crises. Além disso, Brianna destaca que o tratamento de condições associadas, como rinite alérgica e dermatite atópica, pode melhorar significativamente o controle da asma.

4. Imunoterapia (vacinas de alergia)

Em alguns casos, a imunoterapia sublingual (SLIT) ou subcutânea (SCIT) pode ser indicada. O tratamento consiste na aplicação gradual de doses do alérgeno, ajudando o organismo a desenvolver tolerância. A abordagem pode reduzir os sintomas, a frequência das crises e até a necessidade de remédio.

Asma alérgica tem cura?

Segundo explica a alergista Brianna Nicoletti, a asma é uma doença crônica, o que significa que ela não tem cura. Contudo, algumas pessoas podem passar anos sem sintomas ou com sintomas muito leves — isso é chamado de remissão clínica. Mesmo assim, existe a chance de a doença voltar, por isso é importante manter o acompanhamento médico.

Perguntas frequentes

1. Posso praticar atividade física mesmo tendo asma alérgica?

Sim! A prática regular de exercícios físicos é recomendada, pois melhora a capacidade pulmonar e fortalece o organismo. O ideal é conversar com o médico para ajustar o tratamento e, se necessário, usar a medicação preventiva antes das atividades. Alguns esportes, como natação, costumam ser bem tolerados.

2. A asma alérgica pode piorar à noite?

Sim. Muitas pessoas percebem que a tosse e o chiado ficam mais intensos durante a madrugada — e isso pode estar relacionado à posição de dormir, à exposição a ácaros nos travesseiros ou ao maior contato com poeira acumulada no quarto. Algumas medidas simples no dia a dia, como trocar a roupa de cama semanalmente e manter o ambiente limpo, ajudam com os sintomas.

3. O cigarro pode piorar a asma alérgica?

Com certeza. A fumaça do cigarro é um dos principais irritantes das vias respiratórias, mesmo para pessoas que não têm asma. Em pessoas alérgicas, ela aumenta as crises e reduz o efeito dos medicamentos. Por isso, evitar o tabagismo ativo e passivo é uma das recomendações mais importantes no tratamento.

4. O que fazer em caso de crise de asma alérgica?

Durante uma crise, a pessoa deve usar imediatamente o medicamento de alívio prescrito pelo médico, geralmente o broncodilatador inalatório. É importante manter a calma, sentar-se ereto para facilitar a respiração e evitar esforço físico.

Se não melhorar após o uso da medicação ou se os sintomas forem muito intensos, é fundamental procurar atendimento de emergência.

5. A asma alérgica pode desaparecer com o tempo?

Em algumas pessoas, principalmente crianças e adolescentes, os sintomas podem diminuir ou até desaparecer por alguns anos, o que é conhecido como remissão clínica. No entanto, como a asma é crônica, existe sempre a possibilidade de os sintomas voltarem em algum momento da vida.

6. Mudanças climáticas influenciam na asma alérgica?

O frio intenso, a mudança repentina de temperatura e até períodos de baixa umidade podem agravar os sintomas de asma. Por isso, é comum que as crises aumentem durante o inverno ou em dias muito secos.

7. Existe relação entre rinite e asma alérgica?

Pessoas com rinite alérgica têm maior chance de desenvolver asma, já que ambas as condições estão ligadas ao mesmo mecanismo inflamatório das vias respiratórias. Além disso, tratar a rinite é fundamental para melhorar o controle da asma, pois elas compartilham os mesmos gatilhos, como poeira, mofo, pólens e pelos de animais.

Quando a rinite está bem controlada, a frequência e a intensidade das crises de asma tendem a diminuir, facilitando o tratamento.

8. Qual a diferença entre bronquite e asma alérgica?

A bronquite é a inflamação dos brônquios, que pode ser aguda (curta duração) ou crônica (geralmente em fumantes). Já a asma alérgica é uma doença crônica de origem alérgica, caracterizada por crises repetidas de falta de ar e chiado, que melhoram com tratamento específico.

Leia também: Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento

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Escrito por Dra. Brianna Nicoletti

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