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Alopécia androgenética: o que é e por que acontece
Entenda as causas genéticas e hormonais da calvície e quais tratamentos realmente funcionam

Dra. Juliana Soares
5min • 16 de nov. de 2025

A alopécia androgenética tem forte influência genética, mas a manifestação varia de pessoa para pessoa | Foto: Freepik
A queda de cabelo padrão, também chamada de alopécia androgenética, é o tipo mais comum de perda capilar tanto em homens quanto em mulheres. Ela costuma aparecer aos poucos e provoca um afinamento progressivo dos fios, até que os cabelos mais grossos se transformam em fios cada vez mais delicados.
Embora seja uma condição benigna, o impacto emocional pode ser grande. Muitas pessoas relatam desconforto com a própria aparência, dificuldade de aceitar as mudanças e até prejuízo na autoestima. A boa notícia é que hoje existem diversas opções de tratamento que ajudam a estabilizar a queda e recuperar a densidade dos fios.
Causas genéticas e hormonais
A alopécia androgenética tem forte influência genética, mas a manifestação varia de pessoa para pessoa. Isso acontece porque ela envolve vários genes e porque fatores epigenéticos — pequenas mudanças no modo como os genes se expressam — também podem desempenhar papel importante.
Nos homens, há uma relação clara com o gene do receptor de andrógeno (AR). Esse receptor responde aos hormônios masculinos, especialmente à di-hidrotestosterona (DHT), um derivado da testosterona com maior afinidade pelos receptores. A ligação da DHT desencadeia uma cascata de sinais que leva ao afinamento dos fios.
Já nas mulheres, a situação é mais complexa. A genética tem papel importante, mas podem existir influências hormonais e metabólicas ainda não totalmente compreendidas.
Como a queda evolui e as diferenças entre homens e mulheres
A alopécia androgenética é uma condição progressiva. Sem tratamento, tende a avançar ao longo dos anos, embora o couro cabeludo permaneça saudável, sem inflamação ou descamação.
Nos homens
- O início geralmente ocorre após a puberdade;
- As áreas mais afetadas são a frente, as têmporas e o topo da cabeça (vértex);
- Esse padrão é dividido em estágios pela escala de Hamilton-Norwood.
Nas mulheres
- A queda é mais difusa, principalmente na região central e superior do couro cabeludo;
- A linha frontal costuma ser preservada;
- A perda total dos fios é rara, mas há redução importante da densidade.
Diagnóstico: como saber se é queda de cabelo padrão
O diagnóstico é feito por um dermatologista, com base na história clínica, no exame físico e na análise da distribuição da rarefação capilar.
O médico pode:
- Avaliar o histórico familiar;
- Examinar hábitos de vida (alimentação, estresse, medicamentos);
- Usar um dermatoscópio, que amplia os fios e identifica miniaturização;
- Solicitar exames de sangue para avaliar hormônios, função da tireoide, níveis de ferro e vitaminas (especialmente em mulheres).
Em casos duvidosos, uma biópsia do couro cabeludo pode ser indicada para confirmar o diagnóstico.
Tratamento: o que pode ser feito
O tratamento deve ser individualizado, considerando a causa, o grau da queda e o perfil do paciente. O objetivo é interromper a progressão e estimular o crescimento de novos fios.
As principais opções são:
1. Medicamentos tópicos
São aplicados diretamente no couro cabeludo e ajudam a melhorar a circulação local e estimular o folículo.
2. Medicamentos orais
Devem ser usados somente com orientação médica, pois exigem acompanhamento e podem ter efeitos colaterais.
3. Terapias complementares
Podem potencializar os resultados, como:
- Microagulhamento com fatores de crescimento;
- Laser de baixa intensidade;
- PRP (plasma rico em plaquetas), que utiliza substâncias presentes no próprio sangue do paciente.
4. Transplante capilar
Indicado quando a perda é extensa. Fios da região da nuca — mais resistentes à queda — são transplantados para áreas calvas. Os resultados são naturais e duradouros quando o procedimento é realizado por especialistas.
Cuidados diários que fazem diferença
Além dos tratamentos, pequenos hábitos ajudam a proteger os fios:
- Mantenha uma alimentação equilibrada;
- Reduza o estresse sempre que possível;
- Lave adequadamente o couro cabeludo;
- Evite penteados muito apertados;
- Não interrompa o tratamento sem orientação, pois a queda pode voltar.
Aspectos emocionais
A perda de cabelo pode afetar muito mais do que a aparência. Muitas pessoas relatam baixa autoestima, insegurança, estresse e isolamento social. O acompanhamento médico e, quando necessário, apoio psicológico fazem parte de um tratamento completo e humanizado.
Confira: Queda de cabelo ou alopecia? Saiba quando investigar
Perguntas frequentes sobre queda de cabelo padrão
1. A queda de cabelo padrão tem cura?
Não, mas pode ser controlada. Os tratamentos estabilizam a queda e estimulam o crescimento.
2. A queda de cabelo em mulheres é igual à dos homens?
Não. Nas mulheres, a queda é mais difusa e a linha frontal geralmente é preservada.
3. Estresse causa queda de cabelo padrão?
O estresse não causa a alopécia androgenética, mas pode piorar a queda.
4. Transplante capilar resolve definitivamente?
Ele melhora muito a densidade, mas a tendência genética continua. Por isso, o tratamento deve ser mantido.
5. Vitaminas ajudam na queda de cabelo padrão?
Ajudam apenas se houver deficiência. Por isso, exames podem ser necessários.
6. O uso de boné provoca calvície?
Não. Bonés não causam queda de cabelo.
7. Quanto tempo leva para o tratamento fazer efeito?
Em geral, de 3 a 6 meses para notar melhora, dependendo do tratamento escolhido.
Veja mais: Queda de cabelo: o que causa e quando é preocupante?

