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DOENÇAS & CONDIÇÕES

Tem alergia alimentar? Veja como diagnosticar e tratar

Descubra como é feito o diagnóstico da alergia alimentar e quais são os tratamentos disponíveis. Veja como ter uma vida mais segura e tranquila

Dra. Brianna Nicoletti

Dra. Brianna Nicoletti

5min • 25 de jul. de 2025

Médico explicando teste de alergia alimentar a paciente com criança no colo e contando como é feito o tratamento de alergia alimentar.

Se você já teve algum sintoma depois de comer algum alimento e já considerou riscá-lo do cardápio para sempre sem antes ouvir o que um médico tem a dizer, saiba que essa não é a melhor saída. A melhor coisa a se fazer é procurar um médico para fazer o diagnóstico de alergia alimentar e, se for realmente o caso, seguir um tratamento para evitar os sintomas.

“Nem toda dor de barriga ou coceira tem relação com alergia alimentar”, explica a médica alergista e imunologista Brianna Nicoletti. Por isso, não é prudente sair eliminando leite, ovo ou trigo ou outros alimentos por conta própria.

Lista de sintomas de alergia alimentar

É bom saber qual são os principais sintomas de alergia alimentar, e quais deles são leves, moderados ou graves.

Sintomas leves de alergia alimentar

  • Coceira na pele ou na boca
  • Manchas vermelhas e coceira em alguma parte do corpo
  • Mal-estar leve na barriga

Sintomas moderados de alergia alimentar

  • Vômito
  • Diarreia
  • Manchas vermelhas e coceira em todo o corpo

Sintomas graves de alergia alimentar

  • Dificuldade para respirar
  • Inchaço no rosto ou garganta
  • Queda de pressão
  • Desmaio

Quando procurar ajuda médica

Se ao comer algum alimento você nota sintomas como os já descritos, é importante procurar um médico alergista. O diagnóstico da alergia alimentar depende de uma boa conversa com o especialista, da análise dos sintomas, do uso de diário alimentar e, se necessário, de exames específicos.

Exames para diagnóstico de alergia alimentar

Os exames mais comuns para diagnosticar alergia alimentar são o teste cutâneo, conhecido por prick test, a dosagem do anticorpo IgE específica no sangue e, em situações mais controladas, o chamado teste de provocação oral, feito em ambiente médico, com todo o cuidado que o caso pede.

Tratamento: exclusão ou reintrodução segurança

Quando o diagnóstico de alergia alimentar é confirmado e se trata de uma alergia IgE-mediada, tipo que costuma causar reações mais rápidas e intensas, o tratamento para a alergia alimentar é direto: excluir completamente o alimento e qualquer traço dele. Isso significa atenção até aos mínimos detalhes, como panelas sujas, colheres com restos de alimento e até migalhas.

“Alguns pacientes precisam evitar contaminação cruzada de alimentos e ter sempre à disposição adrenalina autoinjetável”, orienta Brianna.

A adrenalina autoinjetável é um tipo de medicamento usado em emergências para tratamento de alergia alimentar. Ela é prescrita por um médico e vem em um dispositivo que lembra uma caneta. Basta um clique para aplicar a dose certa de adrenalina, geralmente na coxa.

É um recurso simples, mas que pode fazer toda a diferença em casos de reações graves, como a anafilaxia, quando a pessoa apresenta inchaço, falta de ar, queda de pressão e risco real à vida.

Pessoas com risco de reações alérgicas graves devem ter esse tipo de medicação sempre por perto. Saber quando e como usá-la é parte essencial do plano de segurança, e o médico é o especialista que orienta como e quando fazer a aplicação.

Mas nem todo caso exige medidas tão rígidas. Em quadros mais leves ou em alergias não IgE-mediadas, que são aquelas que demoram mais para causar sintomas e geralmente afetam o sistema digestivo, pode ser possível fazer um tratamento de alergia alimentar e voltar a comer o alimento aos poucos, com acompanhamento de um médico.

Existem também estudos que investigam formas de dessensibilização: o organismo vai sendo exposto a quantidades muito pequenas do alimento, por via oral ou por adesivos na pele, com a intenção de reduzir a resposta alérgica. Essas técnicas ainda estão em fase de pesquisa, mas os resultados são bem animadores.

Alergia alimentar tem cura?

A cura depende do tipo de alergia. Algumas, como as causadas por leite de vaca, ovo, trigo e soja, costumam desaparecer com o tempo, especialmente nas crianças. Já outras, como a alergia a castanhas, amendoim e frutos do mar, tendem a acompanhar a pessoa pela vida toda.

“O acompanhamento regular permite identificar o momento certo para reintroduzir o alimento ou iniciar o tratamento”, afirma Brianna. Por isso, manter o seguimento com o alergista é tão importante, mesmo que os sintomas pareçam estar controlados.

Impactos emocionais e apoio psicológico

Viver com alergia alimentar não se resume cuidar do prato. O medo de uma reação, a insegurança em festas ou a sensação de ser “diferente” podem gerar ansiedade, principalmente em crianças. O impacto emocional da alergia pode afetar a qualidade de vida da criança, do adulto e da família envolvida.

O apoio psicológico ajuda os alérgicos a lidarem com esses sentimentos. E a informação é uma grande amiga. “Empoderar a criança com informação, envolver a escola e ter um plano de segurança claro faz toda a diferença”, recomenda a especialista.

Como ter mais segurança no dia a dia

Coisas simples são capazes de fazer muita diferença na rotina de quem vive com alergia alimentar. Pulseiras de identificação, cartões que explicam qual é a alergia e os alimentos proibidos são formas práticas para o dia a dia. Ne caso de crianças, lancheiras seguras também trazem tranquilidade. Conversar com a escola, com os cuidadores e com familiares sobre os cuidados necessários é bem importante.

“A educação é a chave para promover autonomia, tranquilidade e segurança ao paciente alérgico”, conclui Brianna.

Os casos de anafilaxia alimentar estão entre os principais motivos de atendimento de emergência em crianças. Por isso, quanto mais conscientização, prevenção e preparo, maiores as chances de evitar sustos. Com atenção, apoio e cuidado, é possível ter uma vida ativa, social e, claro, saborosa, mesmo com alergia alimentar.

Perguntas Frequentes sobre Alergia Alimentar

1. Quais são os sintomas de alergia alimentar?

Os sintomas variam de leves (coceira, manchas vermelhas na pele) a graves (falta de ar, inchaço, anafilaxia). Eles geralmente surgem pouco tempo depois de comer o alimento.

2. Quanto tempo demora para aparecer os sintomas?

Os sintomas podem surgir em poucos minutos ou até algumas horas, dependendo do tipo de alergia.

3. Qual a diferença entre alergia e intolerância alimentar?

A alergia envolve o sistema imunológico e pode causar reações muito graves. Já a intolerância está ligada à digestão e costuma provocar sintomas mais leves e gastrointestinais.

4. Como usar a adrenalina autoinjetável?

Deve ser aplicada na coxa, conforme orientação médica, ao primeiro sinal de uma reação alérgica grave. A pessoa deve ser levada imediatamente ao hospital, mesmo após a aplicação.

5. A alergia alimentar pode aparecer na idade adulta?

Sim. Embora muitas alergias comecem na infância, é possível desenvolver alergia alimentar na vida adulta.

Se você desconfia de uma alergia alimentar, agende uma consulta com um alergista especializado e compartilhe este guia com quem precisa saber mais sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento.

Leia mais: Alergia alimentar: dicas para comer fora com segurança

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Foto de Dra. Brianna Nicoletti

Escrito por Dra. Brianna Nicoletti

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