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Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição

A acne é mais comum na adolescência devido ao aumento dos hormônios, que estimulam a produção de oleosidade na pele

Dra. Gabriela Capareli

Dra. Gabriela Capareli

5min • 26 de set. de 2025

Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição

A acne é uma condição de pele que acontece quando há um acúmulo de óleo, células mortas e bactérias nos folículos pilosos — os poros da pele onde nascem os pelos. Como consequência, ocorre o surgimento de cravos, espinhas e, em casos mais intensos, nódulos e cistos dolorosos. Ela pode surgir em qualquer fase da vida, mas é especialmente comum o acontecimento da acne na adolescência.

Durante a fase, a acne pode ter um impacto grande na autoestima e na felicidade, já que as mudanças no corpo e no rosto acontecem num período de descobertas e inseguranças. Pensando nisso, para evitar confusão e facilitar o cuidado com a pele, vale destacar alguns dos mitos mais comuns e explicar o que realmente faz sentido. Entenda mais, a seguir!

Por que a acne na adolescência é comum?

Segundo a dermatologista Gabriela Capareli, a adolescência é uma fase da vida onde há maior prevalência e incidência de acne devido a imaturidade e oscilação dos hormônios. Na puberdade, há um aumento na produção de andrógenos, hormônios que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais óleo, chamado de sebo.

O excesso de sebo, quando se acumula nos poros junto com células mortas da pele, favorece a proliferação de bactérias e causa inflamação — resultando nos sinais mais conhecidos, como espinhas e cravos.

Além da questão hormonal, outros fatores também contribuem para a acne na adolescência, como predisposição genética, mudanças no estilo de vida (como aumento do consumo de ultraprocessados e estresse) e uma pele naturalmente mais oleosa.

Quais os principais mitos e verdades sobre acne na adolescência?

Chocolate causa espinhas

Mito. Por si só, o chocolate não é capaz de causar espinhas. O que acontece é que dietas ricas em açúcares simples e gorduras saturadas podem aumentar a inflamação no corpo e estimular a produção de sebo, o que piora a acne em quem já tem tendência. Então, não é preciso cortar o chocolate completamente, mas vale moderar no consumo de doces e ultraprocessados.

Acne desaparece sozinha depois da adolescência

Depende. Em alguns casos, é possível que a acne tenha uma melhora na fase adulta, mas não é recomendado esperar que isso aconteça. De acordo com Gabriela, o paciente perde a chance do tratamento e pode se tornar um adulto com cicatrizes.

Além disso, também existem casos em que a acne pode persistir ou até surgir na vida adulta, especialmente em mulheres, devido a variações hormonais ligadas ao ciclo menstrual, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou até ao uso e suspensão de anticoncepcionais.

Lavar o rosto várias vezes ao dia acaba com a acne

Mito. Na verdade, o que pode acontecer é o efeito inverso: quando a pele percebe que o sebo natural está sendo repetidamente retirado, ela entende que é necessário produzir ainda mais óleo para compensar — o que causa o aumento da oleosidade e, como consequência, a piora no quadro de acne.

O recomendado é lavar o rosto duas vezes ao dia, de manhã e à noite, com sabonetes adequados para cada tipo de pele.

Limpeza de pele ajuda em quadros de acne

Verdade. A limpeza de pele profissional pode auxiliar no controle de cravos e na desobstrução dos poros, mas sozinha não resolve casos moderados ou graves. Ela deve ser vista como complemento, não substituto, do tratamento dermatológico.

Acne é sinal de falta de higiene

Mito. A acne é resultado de fatores hormonais, excesso de oleosidade e proliferação de bactérias já presentes na pele. Ela não está ligada à falta de higiene, de modo que pessoas com rotina rigorosa de limpeza também podem desenvolver acne.

A genética influencia no desenvolvimento da acne

Verdade. A predisposição genética tem um papel importante no desenvolvimento do quadro. Se os pais tiveram acne na adolescência ou até na vida adulta, é mais provável que os filhos também desenvolvam. Isso acontece porque há uma tendência herdada de maior produção de sebo e resposta inflamatória da pele.

O sol melhora a acne

Mito, mas com ressalvas. No início, a exposição solar pode dar a impressão de melhora, já que a pele fica mais ressecada e a vermelhidão diminui.

Porém, em pouco tempo, o calor estimula as glândulas sebáceas e aumenta a oleosidade — podendo piorar o quadro e causar manchas. O ideal é, independentemente do clima, sempre usar protetor solar oil-free (mesmo dentro de casa!).

Acne é contagiosa

Mito. A acne não é transmitida de pessoa para pessoa. Ela não é causada por vírus ou bactérias transmissíveis, mas sim por desequilíbrios individuais da pele.

O estresse pode piorar a acne

Verdade. Segundo Gabriela, o estresse aumenta a liberação de hormônios como o cortisol, que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais oleosidade. Isso não é a causa direta da acne, mas pode agravar crises em pessoas que já tem tendência.

Espremer a espinha ajuda a curá-la mais rápido

Mito. Na verdade, espremer as espinhas pode agravar a inflamação, provocar infecções e deixar manchas ou cicatrizes permanentes. O mais seguro é evitar manipular as lesões e buscar produtos ou tratamentos recomendados por dermatologistas.

Quais os cuidados no dia a dia no caso de acne na adolescência?

  • Lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonete específico para pele oleosa ajuda a controlar a produção de sebo sem agredir a barreira natural da pele;
  • Usar protetores solares oil-free ou em gel-creme para prevenir manchas e proteger a pele, mesmo em dias nublados;
  • Hidratar a pele oleosa também é importante: hidratantes oil-free ajudam a manter o equilíbrio da barreira cutânea;
  • Alimentação equilibrada: incluir frutas, verduras, legumes, peixes e oleaginosas ajuda a reduzir inflamações e melhora o aspecto da pele;
  • Não espremer cravos e espinhas: evita aumento da inflamação e cicatrizes permanentes;
  • Tratamentos médicos: dependendo da gravidade, o dermatologista pode indicar cremes tópicos, antibióticos tópicos ou orais, ou retinoides orais nos casos mais severos;
  • Estilo de vida: dormir bem, praticar exercícios físicos e controlar o estresse ajudam no controle da acne e na saúde geral.

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Quando devo procurar um dermatologista?

Se a acne está causando dor, deixando manchas, provocando cicatrizes ou afetando sua autoestima, é hora de procurar ajuda médica. O dermatologista é o profissional indicado para avaliar a gravidade do quadro e prescrever o tratamento mais adequado, evitando complicações no futuro.

Perguntas frequentes

O que causa acne?

A acne surge quando há um acúmulo de sebo (óleo natural da pele), células mortas e bactérias dentro dos folículos pilosos. Durante a adolescência, os hormônios andrógenos aumentam a atividade das glândulas sebáceas, deixando a pele mais oleosa.

O ambiente também favorece a proliferação da bactéria Cutibacterium acnes, que desencadeia inflamação. Além da questão hormonal, fatores genéticos, alimentação e até estresse podem influenciar no surgimento da acne.

Quais os sintomas da acne?

Os sintomas variam de acordo com a intensidade. Em casos leves, aparecem cravos abertos (pretos) ou fechados (brancos) e espinhas superficiais. Em quadros moderados, surgem pústulas com pus e áreas mais inflamadas.

Já a acne severa é marcada por nódulos e cistos dolorosos, profundos e com grande risco de cicatrizes. Além das lesões visíveis, a acne pode causar dor, sensibilidade na pele e impacto emocional significativo.

A acne só aparece no rosto?

Não! Na verdade, a acne também pode surgir nas costas, ombros, colo e até no couro cabeludo, já que todas essas regiões possuem glândulas sebáceas ativas.

Como é feito o tratamento da acne?

O tratamento de acne depende da gravidade. Para casos leves, o dermatologista pode indicar o uso de cremes ou géis com ácido salicílico, peróxido de benzoíla ou retinoides.

Nos casos moderados, o dermatologista pode prescrever antibióticos tópicos ou orais para controlar a inflamação.

Já a acne severa pode exigir medicamentos como a isotretinoína, conhecida como Retinol, além de acompanhamento frequente. O ideal é sempre buscar avaliação médica, pois cada pele reage de um jeito.

Posso usar maquiagem mesmo tendo acne?

Pode sim, mas é importante ter alguns cuidados. O ideal é optar por maquiagens formuladas para pele oleosa ou acneica, que tenham na embalagem a indicação oil-free ou não comedogênica — o que significa que eles apresentam menor risco de obstruir os poros.

Também é fundamental cuidar da remoção da maquiagem: dormir com ela no rosto ou não limpar a pele de maneira adequada pode agravar o quadro de acne e dificultar o tratamento.

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Foto de Dra. Gabriela Capareli

Escrito por Dra. Gabriela Capareli

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